Boi Irrigado: Vantagens e Desafios
por Antonella Araujo de Almeida
Você já ouviu falar da expressão “boi irrigado”? O curioso termo tem sido utilizado por profissionais da irrigação para designar pastos em que são instalados sistemas de irrigação. Dentre os métodos mais utilizados estão a aspersão convencional e o pivô central.
A irrigação de pastagens é uma técnica que vem crescendo no Brasil, pois pode possibilitar a obtenção de forrageiras mais vigorosas, uniformes e de maior valor nutricional. Informações, dados e pesquisas sobre qualidade da forragem em áreas irrigadas, manejo da pastagem irrigada, influência no desempenho animal e aspectos econômicos têm sido amplamente divulgadas.
Porém, o grande desafio no manejo do pasto é a variação de fatores essenciais como temperatura, luminosidade e umidade do solo, e a pastagem irrigada vem como uma solução para atender a demanda do produtor pelo bom resultado do seu pasto e propor um equilíbrio entre esses fatores. No entanto, a irrigação interfere apenas na umidade do solo, de forma a mantê-la adequada ao desenvolvimento das plantas nos períodos de menor pluviosidade.
O sistema de irrigação instalado reduz os efeitos do estresse hídrico sobre a planta, aumentando a produtividade do pasto. Desta forma, ela será relevante em áreas em que a produção seja limitada, principalmente, pela deficiência hídrica. O que ocorre é que em diversas regiões do Brasil, o desenvolvimento das plantas forrageiras é limitado também pela temperatura e luminosidade. Sendo assim, é importante que o produtor conheça as suas principais limitações e consiga estratégias de controle dos outros limitantes.
As principais vantagens de utilizar um sistema de irrigação em pastagens, além de otimizar o desenvolvimento do pasto, são a possibilidade de reduzir o tempo de trabalho para alimentação do rebanho e prolongar o período de pastejo durante a estação menos chuvosa.
O manejo do gado em uma área irrigada pode ter algumas particularidades, como a divisão do rebanho em lotes, que serão direcionados para diferentes piquetes na área do pivô central, caso seja esse o sistema utilizado. Visando otimizar o crescimento do pasto, um piquete recebe o lote com o gado pastando, outro com o lote do gado fazendo repasse e os piquetes restantes com 1,2 ou mais dias de descanso. Para mudança de piquetes, é possível alocar os animais na área de lazer do pivô, que não será irrigada, próximo ao ponto pivô, onde estarão disponíveis bebedouros e cochos.
Espera-se que o avanço do boi irrigado contribua significativamente com o desenvolvimento agropecuário, aliando o uso racional da água com manejo eficiente de pastagens.
Referência Bibliográfica: BALSALOBRE, M.A.A et al. Pastagens Irrigadas. Produção Animal em Pastagens. Anais do 20º Simpósio sobre manejo da pastagem. 2003. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/46581/1/Binder1.pdf
Irrigação por aspersão 2-Aula ENG440 2022/2. Prof Dr Rubens Alves de Oliveira.
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