Estamos vivendo em uma realidade simulada?
O que é a realidade? Como distinguir entre e que é ou não real? Seriam os sentidos humanos, uma série de transmissão de impulsos elétricos para o sistema nervoso central, suficientemente eficazes para dar o veredito final? São perguntas complexas, que intrigam os mais renomados dos pensadores.
Diante de tais questionamentos surgiu uma teoria considerada instigante para alguns, mas completamente fictícia para outros – a realidade como a conhecemos é, simplesmente, uma simulação de computador. Mas quem defende uma afirmativa de tal maneira impactante, teria embasamento para sustentar sua hipótese? Vejamos algumas das principais justificativas apresentados pelos adeptos dessa teoria.
A existência de padrões matemáticos na natureza é algo simplesmente magnífico. Diversos fenômenos naturais são regidos por regras matemáticas específicas, podendo ser por elas descritos. Um grande exemplo pode ser visto na proporção áurea, uma relação matemática que data do século XVIII, estudada pelo matemático italiano Leonardo Fibonacci, e que pode ser vista em diversos fenômenos da natureza, como no desenvolvimento das pétalas de algumas flores, dos caules de árvores e das conchas de alguns moluscos. Outro exemplo magnífico pode ser encontrado na velocidade da luz. No século passado, o físico alemão Albert Einstein, no desenvolvimento de sua teoria da Relatividade Geral, usou como postulado o fato de que a velocidade da luz no vácuo seria uma constante universal. Esta constante, verificada alguns anos depois pelo físico britânico James Clerk Maxwell, é até hoje apontada como a velocidade limite que pode ser atingida no universo. Os defensores da teoria da realidade simulada, afirmam que a existência de tais padrões e limites seriam ocasionados pela forma e a limitação de processamento do processador responsável por conduzir a simulação.
Uma outra evidencia relacionada a poder de processamento seria a capacidade que a ação gravitacional tem de moldar o tecido do espaço-tempo previsto por Einstein. Assim como uma imensa quantidade de dados afetam a velocidade de processamento de um software, deixando mais lento o funcionamento das funções e levando à demanda de um tempo maior para exibir os resultados, um corpo supermassivo teria a capacidade de alterar o funcionamento do tempo na simulação que rege a nossa realidade, e quanto maior a massa desse corpo, mais significante seria essa perturbação.
No ano de 2001, o filósofo sueco da Universidade de Oxford, Nick Bostrom, publicou um estudo chamado “ARE YOU LIVING IN A COMPUTER SIMULATION?”no qual ele traz a ideia de que a nossa realidade pode ter sido criada por uma raça humana mais desenvolvida, que queria recriar o mundo por meio de uma simulação computacional. Recentemente, o cientista da computação formado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou um livro intitulado “The Simulation Hypothesis”, no qual ele traz uma série de argumentos para sustentar a hipótese.
De fato, trata-se de uma teoria muito radical, a qual abala muitos dos princípios filosóficos que regem a raça humana. Se é verdade ou não, talvez nunca saibamos.
REFERÊNCIAS
Vídeo que inspirou o texto - https://www.youtube.com/watch?v=QZRLNcRIKB4
Artigo “ARE YOU LIVING IN A COMPUTER SIMULATION?” - https://www.simulation-argument.com/simulation.pdf