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Amor, Solidão e Covardia



Desde o começo dos registros da filosofia os sentimentos são debatidos, bem como causas fundamentais como o princípio da existência. Dessa forma, o amor é tema fundamental da arte, exemplo: poesia e música. Como não poderia ser diferente, desde sempre temos buscado definir o amor, uma prova disso é a expressão amor platônico associada à Platão discípulo de Sócrates. Este texto será um apanhado geral de diferentes ideias de diferentes fontes, mas principalmente um registro da opinião de alguém sem qualquer formação em psicologia ou filosofia.

Primeiramente, gostaria de registrar meu desapontamento com a minha geração. Através de anos sendo bombardeados com a ideia de amor romântico, de que amor é encontrar sua metade e que a pessoa certa fará seu vazio existencial, uma característica comum e indissociável da condição humana, a maior parte das pessoas tem uma ideia deturpada sobre o amor. Segundo Spinoza podemos entender o amor como: Alegria acompanhada de sua causa. Isso é, algo te alegra e você percebe e te alegra simplesmente por ser do jeito que é. Dessa forma podemos dizer que as desilusões “amorosas” se dão devido à distorção do termo, quando a maioria diz que ama seu parceiro na verdade não ama o indivíduo e sim a projeção do que deseja que o outro seja, não um indivíduo, mas uma extensão de si mesmo.

Agora, criticando a geração das relações líquidas, podemos dizer que a sociedade é definida pelo pêndulo de Schopenhauer, queremos o que não temos e quando conseguimos nos entediamos e não queremos mais, passando a querer outra coisa. O problema é que a massa disforme não percebe que o que quer é preencher o vazio de sua existência, e por não perceber isso fica presa no ciclo constante. Um exemplo, hoje, ao contrário de a anos atrás, é extremamente simples conseguir sexo, e por isso muitos tentam preencher sua insignificância com relações sexuais superficiais, e depois não entendem o porquê de sua frustração.

Em suma, associando a ignorância com relação ao que é o amor, com a prisão no movimento pendular, temos a covardia de minha geração. Uma frase muito repetida por pessoas de minha faixa etária e que me deixa nauseado é: O amor dói. Eu poderia me estender e explicar o motivo de meu asco, porém aqui vai o principal, é um manifesto de covardia, uma vez que na grande maioria dos casos é dita por pessoas que tiveram relacionamentos fracassados, fracasso que se deu devido à imaturidade de ambos, do outro ou de si mesmo isso gera inclusivo um pavor de ter relacionamentos profundos com outra pessoa em alguns casos. Imaturidade para saber lidar com a dor do que houve, e então vem a covardia, a culpa recai no amor, um sentimento que não causou nada de ruim, mas que devido à ignorância generalizada recebe a alcunha de ser cruel. Não sabemos lidar com o amor, pois não lidamos com nossa própria solidão e recorremos covardia para nos eximir de nossa culpa.


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