Hábitos alimentares
O período conhecido como Revolução Industrial (Séc. XIX) é marcado por muitas transições e podemos dizer que mudou a rotina do ser humano, seja com relação ao meio ou a si próprio. O avanço da tecnologia no contexto de Revolução Industrial interligado com longas jornadas de trabalho, fez com que houvesse uma grande relação de dependência entre o homem e os alimentos processados. A indústria de alimentos mundial criou vários produtos (adaptando-se ao contexto) que ainda são bastante consumidos atualmente como, por exemplo, farinha láctea (1814), cacau em pó (1828), leite condensado (1853), carne enlatada (1860), leite evaporado (1884), (1894) cereal matinal (corn flakes) e café instantâneo (1903).
Fonte: EVOLUTIONEAT
A correria nas cidades não parou desde então e tem provocado mudanças significativas nos hábitos alimentares da população brasileira nos últimos anos. Trocou-se a hora do almoço em casa pelo famoso prato feito (PF) ou pelos lanches rápidos em empresas de fast-food. Essa mudança no hábito alimentar tem relevado grandes preocupações para o bem-estar físico, que pode ser crucial na prevenção de diversas doenças como: obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Além disso, estudos indicam que hábitos alimentares saudáveis podem indicar menos riscos ao desenvolvimento de sintomas de depressão ansiedade e dificuldades intelectuais, pois a influência de certos alimentos tem relação direta com a flora intestinal o que pode provocar alterações diretas com o cérebro. Logo, alimentos muito calóricos, com excesso de sal e açúcar podem provocar problemas devastadores.
O Brasil é responsável por produzir grande parte dos alimentos, de acordo com o IBGE só em 2019 o Brasil produziu cerca de 240 milhões de toneladas de alimentos em um ano e segundo ABIA (associação brasileira da indústria de alimentos) quase 60% de todo esse alimento é processado. Na tentativa de adequar a alimentação ao ritmo acelerado do dia a dia, algumas das escolhas e os hábitos de consumo passaram a apontar para alimentos que mais se adequam o novo estilo de vida, incorporando hábitos cada vez mais rápidos e práticos. Estes muitas vezes são menos satisfatórios ao paladar e possuem aporte nutritivo menor do que no padrão anterior, no qual se prezava por hábitos naturais e mais saudáveis de alimentação.
Em 2014, o Ministério da Saúde lançou um Guia de Alimentação para a população brasileira com o foco de promover a saúde e prevenir enfermidades. Nele há orientações sobre como selecionar e combinar os alimentos, fatores que contribuem para a diminuição do consumo de ultraprocessados.
Diversos estudos mostraram as consequências da má alimentação e, por isso, nos últimos dias é possível observar a preocupação de uma parte da população na tentativa de se alimentar melhor. Uma pesquisa realizada por Nielsen nos primeiros 6 meses de 2019 apontou uma mudança. A redução do consumo de alimentos gordurosos está acontecendo em grande escala. Aproximadamente 57% da população pretende, a cada dia, reduzir o consumo de alimentos gordurosos.
Então lembre-se: cuidar da sua alimentação é cuidar do seu bem-estar físico e mental.
Referências:
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento sistemático da produção agrícola. Disponível em: < https://www.abia.org.br/vsn/tmp_2.aspx?id=393>. Acesso em: 12/05/2020.
ABIA - Associação brasileira da indústria de alimentos. Notícias. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/2415/epag_2020_jan.pdf>. Acesso em: 12/05/2020.
ABREU, E. S.; VIANA, I. C.; MORENO, R. B., et al. Alimentação mundial - uma reflexão sobre a história. Saúde e Sociedade; 2001. 10 (2):3-14.
SOUZA, M. D. C. A.; HARDT, P. P. Evolução dos hábitos alimentares no Brasil. Brasil alimentos, agosto, 2002.