Alternativas para o saneamento rural
(Imagem: Blog Envolverde)
“O saneamento básico está entre os mais importantes fatores sociais determinantes da saúde e do desenvolvimento, e é entendido como um conjunto de medidas sócio econômicas com o objetivo de alcançar a salubridade ambiental e promover a saúde pública” destaca Gilson Queiroz, presidente da Funasa em 2011.
Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dos 68 milhões de domicílios brasileiros, 80% tem coleta de esgoto ou fossa séptica. Entretanto, quando se analisa apenas a zona rural, o número cai para 38,7% de domicílios com coleta de esgoto ou fossa séptica (Globo Rural, 2018).
Tratar os esgotos tem grande impacto sobre a saúde pública, mas também sobre aspectos econômicos e sociais. Entre as alternativas de tratamento dos resíduos podemos citar a utilização de fossas sépticas, compostagem e coleta seletiva, que juntos poderiam resolver o problema de disposição dos resíduos no meio rural.
A fossa séptica, também chamada de tanque séptico, é uma unidade de tratamento primário do esgoto doméstico. É considerada uma maneira simples, barata e eficiente, no qual o efluente final pode ser desaguado no solo.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 7229, que seria a “Norma Brasileira para Projeto, construção e operação de tanques sépticos” estabelece condições exigíveis em um projeto com objetivo de preservar a saúde pública e ambiental, a higiene, o conforto e a segurança dos habitantes de áreas servidas por estes sistemas. Basicamente, o sistema pode ser composto por 3 ou 4 câmaras, sendo a primeira a fossa, seguida de filtro e sumidouro, por onde sairá o efluente tratado.
Atualmente, várias empresas já desenvolveram tanques sépticos pré-fabricados, o que facilita a implantação do sistema. Após a instalação, devem ser feitas inspeções e limpezas periódicas, de acordo com o estabelecido no projeto da fossa séptica. Em geral, o intervalo de limpeza varia entre 4 e 5 anos, e pode ser definido entre o projetista e o cliente.
Tratado o problema de disposição do esgoto líquido de uma residência através da fossa séptica, restam ainda os resíduos sólidos, os quais podem ser divididos em orgânicos e inorgânicos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2017) a reciclagem de resíduos orgânicos não necessita de grandes exigências tecnológicas ou de equipamentos para que o processo possa ser realizado com segurança, de forma que a compostagem tem tido grande êxito em ações de educação ambiental associadas com jardinagem e agricultura. A compostagem é o processo de degradação controlada de resíduos orgânicos sob condições aeróbias, ou seja, com a presença de oxigênio. É um método simples, seguro, que garante um produto uniforme, pronto para ser utilizado nos cultivos de plantas e que pode ser realizado tanto em pequena escala (doméstica) quanto em média (comunitária, institucional) ou grande escala (municipal, industrial). Para saber mais sobre este processo, consulte a Cartilha “Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos”, desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente.
Ainda resta o tratamento de resíduos sólidos inorgânicos, que seriam produtos de origem industrial, que não se degradam a partir de meios naturais ou requerem muito tempo para degradar. Grande parte desses produtos pode ser reciclada, transformando um resíduo em insumo para um novo material.
Preferencialmente, os resíduos sólidos inorgânicos devem ser separados pelo material e entregues a uma unidade de reciclagem deste material. O padrão de separação é papelão/papel; plástico; vidro; metal e resíduos especiais. Os resíduos, separados nas categorias, devem ser armazenados na propriedade até que se tenha quantidade adequada para transporte a unidade de reciclagem. Em alguns casos, a própria empresa de reciclagem pode fazer a coleta deste material, cobrando uma taxa sobre este serviço ou não.
REFERÊNCIAS:
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7229 - Norma Brasileira para Projeto, construção e operação de tanques sépticos.
Funasa – Fundação Nacional da Saúde. Boletim Informativo Saneamento Rural. Edição n° 10, dezembro de 2011. Disponível em < http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/blt_san_rural.pdf>.
Globo Rural. Tratamento de esgoto remove 98% dos contaminantes. Edição de 07 de outubro de 2018. Disponível em < https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2018/10/07/sistema-de-tratamento-de-esgoto-remove-98-dos-contaminantes.ghtml>.
MMA – Ministério do Meio Ambiente. Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos. Brasília, 2017. Disponível em <http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80058/Compostagem-ManualOrientacao_MMA_2017-06-20.pdf>.