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Falta d’água, procura-se culpado

Em 23 de setembro, Viçosa-MG completou exatos 100 dias sem chuvas, um dado alarmante que chamou a atenção tanto da população, que sofre drasticamente com as consequências dessa situação, como também dos órgãos públicos, responsáveis pelo gerenciamento adequado da água como bem comum. Todavia, o problema da falta de chuvas, infelizmente, não é novidade na cidade, uma vez que Viçosa vem de um quadro de precipitações abaixo das médias históricas e seca acumulada desde o ano de 2014.

Lagoa da UFV, próxima do Centreinar e Acamari. Fonte: Google

Em contrapartida à ideia de que a condição de seca persistente é resultado apenas da queda nos índices pluviométricos, há outros condicionantes de fundamental importância, responsáveis diretamente pelas alterações na disponibilidade hídrica, que merecem grande atenção. Dentre estes fatores, deve-se citar o aumento da urbanização, que reduz as áreas verdes, afeta diretamente a taxa de água infiltrada no solo e, consequentemente, o reabastecimento dos aquíferos, responsáveis por manter a vazão dos cursos d’água nos períodos de estiagem. Além disso, a diminuição das áreas de cobertura vegetal causa impacto direto na taxa de água evapotranspirada, evitando assim a formação de chuvas que é o principal meio de entrada de água dentro do balanço hídrico. Outro fator relevante está relacionado às mudanças climáticas, um problema global que tem se arrastado ao longo de décadas.


É importante ressaltar que essa condição de baixa nas precipitações não é exclusiva da cidade de Viçosa, tendo se repetido por todo o estado mineiro. Um exemplo claro dessa generalização é visto em Belo Horizonte que, assim como Viçosa, também chegou aos fatídicos 100 dias sem chuvas no mês de setembro.


Finalmente, diante da situação crítica vivenciada, a adoção de medidas, como o racionamento, tem ganhado importância e vem convertendo-se em alternativas rigorosamente necessárias, porém é preciso ter em mente que soluções emergenciais não são o suficiente para resolver o problema. Um planejamento urbano adequado aliado à conscientização sobre a importância de um manejo apropriado do solo e da água e do uso de práticas conservacionistas é de fundamental importância para que a oferta de água não seja mais um problema.

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