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Carreira Acadêmica X Mercado de Trabalho: você já pensou em abrir sua própria empresa? Quem sabe ess


Dando continuidade a nossa atividade "Quem Sabe Esse é Seu Futuro?", entrevistamos o Engenheiro Agrícola e Ambiental, Luiz Henrique Martins Fernandes, formado na Universidade Federal de Viçosa em janeiro de 2015. Após formado, Luiz resolveu ser autônomo/empreendedor e abrir sua própria empresa.

Nesta edição do "Quem Sabe Esse é Seu Futuro?", ele nos conta, em forma de entrevista, sua decisão em abrir seu próprio negócio, experiências vividas e desafios encontrados.




Conte resumidamente sua trajetória na Universidade (quando entrou na UFV, porque escolheu o curso, etc.):


R: Entrei na Engenharia Agrícola e Ambiental no ano de 2009, fiz um intercâmbio pelo programa CAPES/FIPSE em 2012 para os EUA e formei em 2015. Escolhi a Engenharia Agrícola e Ambiental por se tratar de um curso que estava em ascensão na época e que possui um grande leque de oportunidades para o mercado de trabalho, com várias áreas de atuação. Enquanto graduando, no 4º período, entrei para o Núcleo de Pesquisa em Ambiência e Engenharia de Sistemas Agroindustriais – Ambiagro, onde escrevi alguns artigos na área de inovação tecnológica em construções rurais e ambiência.


Como tomou a decisão de abrir sua própria empresa? Quais foram suas atitudes para que isto ocorresse logo após formado? Algo na graduação lhe motivou para que a ideia se fortalecesse?


R: Desde que apresentei meu primeiro artigo no CONBEA (Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola), me despertou a vontade de seguir a vida acadêmica, como professor/pesquisador, o que ocasionou em meu empenho na área, participando de várias pesquisas, sendo que uma delas resultou em um artigo A1 em uma revista americana.

O que me fez mudar de ideia foi o lapso temporal entre a graduação e a profissão de professor em uma universidade federal, pois teria que enfrentar, no mínimo, 2 anos de mestrado e 4 de doutorado, além de aguardar a possibilidade de abertura de concurso para professor na minha área de estudos em algum lugar do país, o que me desanimou com esta ideia, pois gostava da minha cidade natal, Abre Campo-MG, e resolvi retornar.

Logo, formei e fui ajudar meu pai em sua empresa de extração e comércio de areia e, ao mesmo tempo, fui estudando e fazendo cursos na área ambiental. Colocando em prática a área de estudos, elaborei alguns Cadastros Ambientais Rurais (CAR), licenças ambientais e outorgas do uso da água.

Confeccionei cartões de visita e saí batendo de porteira em porteira oferecendo meu serviço, e quando fui ver estava cheio de clientes, o que me fez abrir um escritório de Engenharia e Meio Ambiente e dar exclusividade aos serviços que aparecia, pois, o volume de serviço já não estava dando para fazer somente no tempo livre.


Fale um pouco da sua empresa (quais serviços presta, áreas de atuação, funcionários, profissionais que atuam, localidade, quando foi criada, visão, etc.)


R: Minha empresa foi criada em meados de 2015, com a visão de rapidez e qualidade do serviço, o que era o diferencial entre os concorrentes da cidade. O foco da empresa é a área ambiental e de agrimensura. Os serviços que prestamos são de consultoria e licença ambiental, outorgas do uso da água, laudos técnicos ambientais, perícias em algumas comarcas e serviços de topografia (medição, demarcação e divisão de terras), me tornando Engenheiro Agrícola e Ambiental da prefeitura de Abre Campo-MG.

Na parte ambiental eu trabalho sozinho, e quando necessito de algum profissional de outra área, eu faço parcerias com Engenheiros Florestais, Engenheiros de Minas, etc. Na parte de topografia eu tenho um sócio que ajuda nos levantamentos de campo e de escritório.


Quais as dificuldades e desafios encontrados ao abrir seu próprio empreendimento?


R: As dificuldades são inúmeras, como por exemplo, incerteza se vai conseguir dar conta do serviço contratado, orçamentos, prazos para entrega do serviço, dentre outras. Ao meu ver, a maior dificuldade enfrentada foi na parte de agrimensura, pois acrescentei esta área após um ano trabalhando somente com meio ambiente, e entrar no mercado e ganhar o seu espaço demora um pouco. Além disso, no meu caso, aconteceu de ter um profissional na cidade que é como “marca” (quando a pessoa precisa do serviço e o nome do profissional já vem à mente) e que trabalha há mais de 30 anos no mercado, logo, as pessoas nem procuram outra pessoa para olhar orçamento, isso dificulta ainda mais a entrada no mercado.


Como você enxerga o mercado atual em relação ao Engenheiro Agrícola e Ambiental?


R: O mercado varia de região para região. Em Minas Gerais, por exemplo, a parte ambiental está em alta, já no Mato Grosso a agricultura e o armazenamento de grãos é forte. O profissional do nosso curso está em em todo lugar. O que é necessário são profissionais capacitados, o que não se aprende somente na universidade, é necessário fazer cursos e estudar o assunto fora das disciplinas da universidade.


Quais as vantagens de ser autônomo/empreendedor? E as desvantagens?


R: A vantagem em ser autônomo é poder fazer seu horário (quando não há serviço acumulado), escolher os tipos de serviços que vai prestar (quando não prefiro um serviço, faço uma parceria com algum profissional e o terceirizo) e ser dono do seu próprio negócio, o que te faz ter mais garra e dar o sangue no que faz, em comparação com uma situação em que seja somente empregado.

A desvantagem é que você costuma trabalhar mais do que 8 horas diárias, sendo algumas vezes em finais de semana e feriados. Nos últimos dois meses de 2015, cheguei a trabalhar 12 horas por dia, inclusive nos feriados e finais de semana para poder dar conta dos serviços e prazos de entrega.


Quais conselhos você daria para os futuros engenheiros? (Como descobrir sua área, o que fazer durante a graduação, fazer parte de quais grupos, etc.)


R: Um conselho é conhecer um pouco de cada área da Engenharia Agrícola e Ambiental, além de fazer amizades com pessoas de outros cursos, pois enquanto estiver na faculdade, tem que tentar absorver o máximo de conhecimento para o mercado de trabalho. Uma outra dica também é fazer estágio em mais de uma área do curso, se possível, para descobrir sua área de interesse.

Os amigos são para ajudar em algum serviço específico. Um exemplo aconteceu comigo em uma perícia que estava trabalhando sobre um incêndio na pastagem em uma fazenda. Eu precisava saber quanto de concentrado e volumoso uma vaca leiteira consumia por dia, para poder colocar no orçamento, e consegui a resposta com um amigo meu Zootecnista que conheci na universidade e estava trabalhando na Nestlé, que me passou a informação que necessitava e não estava conseguindo achar em lugar algum.


Alguma mensagem para os possíveis empreendedores?


R: Gostaria de indicar uma disciplina optativa que achei muito interessante e importante: Empreendedorismo na Engenharia Agrícola (ENG 490), ministrada pelo professor Rubens Alves de Oliveira. Esta disciplina ajuda muito a entender os desafios de um empreendedor e suas atitudes, o que me dá base até hoje na tomada de algumas decisões.


O PET.EAA agradece ao Engenheiro Luiz Henrique pela entrevista e deseja sucesso em seu empreendimento!

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