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DEMANDA DE ENERGIA EM TRATORES AGRÍCOLAS

Com o crescimento populacional há uma constante preocupação com a demanda de alimentos no mundo. Otimizar as operações agrícolas, buscar maior eficiência no processo e aumentar a produtividade só é possível com o uso de máquinas agrícolas. Esta intensificação de atividades mecanizadas na agricultura acarretou maiores gastos nas propriedades rurais, principalmente no consumo de combustível dos tratores agrícolas. O consumo de combustível do trator agrícola engloba um dos custos mais elevados nas operações agrícolas, sendo que o total consumido está ligado a diversos fatores que o produtor precisa estar atento para minimizar o consumo e, consequentemente, diminuir o custo final da operação.


Os custos de combustíveis e lubrificantes representam, no mínimo, 16%, chegando a atingir 45% dos custos totais das máquinas agrícolas, dependendo da qualidade do combustível adquirido, do número de horas trabalhadas e a potência necessária para realizar determinada operação. O principal ponto a ser observado nos tratores agrícolas é a potência disponível na barra de tração e, posteriormente, e não menos importantes a potência disponível na TDP (Tomada de Potência), na qual possui maior aproveitamento energético que a anterior. No momento de se comprar um trator, para conhecer a eficiência energética, o produtor precisa comparar diversos modelos e para isso é necessário basear-se em ensaios normalizados e idênticos para todos os modelos.


Na maioria das estações de ensaios mundiais, os únicos ensaios realizados são estabelecidos pelos códigos internacionais da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), por isso, a única possibilidade de se comparar os tratores é a utilização de ensaios oficiais padronizados pela OECD, se esta possuir determinado ensaio. Após a escolha de um trator adequado, com a potência recomendada para a tarefa ao qual será designado, o produtor deve prestar atenção em algumas questões de manuseio e configurações do equipamento, sendo elas:


  1. Realizar o lastreamento do trator adequadamente, isto é, não deixar maior ou menor do que o ideal para o tipo de atividade desejada (alguns estudos definem a relação peso/potência em tratores mais modernos como 52 a 64 kg/cv no motor e de 57 a 72 kg/cv na tomada de potência);

  2. Escolher os pneus adequados para as rodas motrizes (modelos radial ou diagonal), por meio das suas funções principais, na qual algumas delas são descritas a seguir: suportar a carga vertical dos eixos, transmitir potência e produzir força de tração, minimizar o consumo de combustível, dentre outros;

  3. Deixar os pneus com pressão de inflação interna recomendada pelo fabricante do pneu (Para mais informações consultar - Manual da ALAPA);

  4. Adequar à patinagem (razão de deslizamento do percurso) dos pneus traseiros e/ou dianteiros de acordo com o recomendado para o tipo de solo em questão;

  5. Conhecer todos componentes de acionamento hidráulico e os demais sistemas complementares do motor do trator, permitindo o operador executar diversas tarefas de forma correta e sustentável do ponto de vista da demanda de energia;

  6. Os tratores agrícolas são constituídos por um motor de combustão interna, vários sistemas de transmissões, rodados, partes móveis e eixos fixos, dentre outros, e possui várias utilizações para diversas tarefas sendo importante adotar procedimentos adequados de manutenção preventiva e preditiva (quando necessário a manutenção corretiva) antes e depois das operações agrícolas de modo a corrigir falhas e evitar problemas futuros. Como exemplo pode-se citar a troca dos filtros de combustíveis no tempo indicado pela manual do fabricante do trator, bem como, a revisão das bombas alimentadora e injetora e, por fim, dos bicos injetores são condições essenciais para tornar as operações energeticamente sustentáveis;

  7. Trabalhar na velocidade recomendada para cada operação.


Em virtude destas recomendações o produtor terá controle da patinagem, aumento no desempenho operacional, pois haverá um ganho na eficiência tratória e na qualidade do processo como um todo. Neste sentido, a otimização do uso do trator e/ou trator-implemento (Figura 1) resultará em melhor operação, maior aproveitamento da potência do equipamento, reduzindo o consumo de combustível e, consequentemente, a demanda de energia, menor emissão de poluentes, aumentando assim a probabilidade de gerar lucros às operações agrícolas.


Figura 1. Sistema agrícola mecanizado no preparo do solo para o plantio de cana-de-açúcar.

Fonte: Murilo Aparecido Voltarelli

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