Alternativas sustentáveis na agricultura
- Gabriel Rodrigues Arruda Pinto
- 7 de jul. de 2018
- 3 min de leitura
Muito se fala em sustentabilidade, a preocupação com a disponibilidade dos recursos naturais só teve lugar quando houve sinais de escassez, e não por preocupação efetiva com o meio ambiente. Hoje já começa a surgir uma nova mentalidade, com a valorização de todos os componentes da biosfera. Não apenas por motivos econômicos, mas por uma conscientização que não somos donos do planeta, apenas fazemos parte dele – assim como todas as demais espécies. Dessa forma, surgiram alternativas no manejo da agricultura visando uma melhoria da qualidade de vida e do meio em que vivemos.

A economia de água é uma das preocupações preponderantes atualmente, uma vez que, recentemente, grande parte do território nacional passou por uma situação de escassez deste bem natural em diferentes períodos. Visto isso, pequenos e médios produtores de culturas que têm uma necessidade hídrica elevada passam dificuldade em épocas de seca. Assim, alternativas sustentáveis como a produção de orgânicos, como alface por hidroponia, vêm sendo adotadas para solucionar o problema hídrico, uma vez que esse método permite uma economia de até 85% em relação ao sistema de plantio convencional, usando apenas 3 litros de água durante todo o ciclo de produção (para o alface).

Além disso, o ministério da agricultura, pecuária e abastecimento também possui um projeto visando alternativas sustentáveis na agricultura, o “rural sustentável”, que é um programa de cooperação para promoção do desenvolvimento rural sustentável, que visa a adoção ampla pelos produtores rurais de tecnologias agrícolas de baixa emissão de carbono, que recuperem o potencial produtivo de áreas agrícolas degradadas e que permitam restaurar áreas de manutenção legal de vegetação nativa (Amazônia e Mata Atlântica). Alguns dos métodos implantados nesse programa são:
Sistemas da Integração Lavoura Pecuária Floresta que integram atividades agrícolas, pecuárias e florestais realizadas na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, visando à produção sustentável, e buscando efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema, contemplando a adequação ambiental e a viabilidade econômica.
Sistemas Agroflorestais que são consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas que podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas (EMBRAPA, 2017). O plantio das espécies agrícolas e florestais deve ser realizado na mesma área. Este sistema traz tanto benefícios econômicos quanto ambientais, permitindo que o agricultor diversifique seus produtos,
A Recuperação de Áreas Degradadas - RAD que é uma tecnologia com objetivo de reverter uma área de uma condição degradada, para uma condição não degradada, promovendo ganhos de produtividade, redução de desmatamento e trazendo benefícios ambientais, econômicos e sociais. As técnicas de RAD possibilitam a recuperação da integridade física, química e biológica de uma área (estrutura) e, ao mesmo tempo, recuperam a sua capacidade produtiva (função), seja na produção de alimentos e matérias-primas ou em suas funções ecológicas e ecossistêmicas,
A Recuperação de Áreas Degradadas COM PASTAGEM – RAD-P que recupera a integridade física, química e biológica de uma área degradada, e, ao mesmo tempo, recupera sua capacidade produtiva, seja na produção de alimentos e/ou matérias-primas.
A Recuperação de Áreas Degradadas COM FLORESTA – RAD-F que tem como objetivo a recuperação do Bioma e a conservação ambiental. A RAD-F recupera a integridade física, química e biológica de uma área degradada, e, ao mesmo tempo, recupera suas funções ecológicas e ecossistêmicas. Considerando os aspectos legais relacionados à recuperação de Áreas de Preservação Permanente - APP e Reserva Legal – RL.
O plantio de espécies arbóreas com fins comerciais que é importante não apenas do ponto de vista produtivo, mas também do ponto de vista da conservação ambiental. Os Plantios de Florestas comerciais diminuem a pressão sobre as florestas naturais, fornecem matéria-prima para diferentes usos industriais e não industriais, e contribuem para a provisão de diversos serviços ambientais e sociais. Esta tecnologia não se restringe a espécies exóticas com fins madeireiros, pelo contrário, abrange qualquer plantio de espécies arbóreas em sistema puro, isto é, que não seja sistema de integração com componentes agrícolas e/ou pastoris.
O Manejo Florestal Sustentável que, segundo a Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei Federal No 11.284/2006), é a “administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal”.
Dessa forma, é nítida a atual preocupação brasileira com a manutenção dos recursos naturais para uma vivência cada vez mais harmônica.
Referências:
- Agricultura Sustentável. Disponível em: <https://goo.gl/vVJsLC>.
- GOMES. D, V. Algumas considerações sobre o desenvolvimento sustentável e a necessária preocupação com os recursos naturais. Disponível em: <https://goo.gl/bXsxf7>.
- Projeto Rural Sustentável. Disponível em: <http://www.ruralsustentavel.org/>.
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