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Você é Sustentável?


Para responder essa pergunta é necessário saber o que é sustentabilidade. A definição mais difundida até hoje é a da Comissão Brundtland (WCED, 1987): “o desenvolvimento sustentável deve satisfazer às necessidades da geração presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras”.


Quando definiram “desenvolvimento sustentável” considerou-se que três setores deveriam ser abordados e surgiu então o tripé da sustentabilidade, formado pelos setores ambiental, econômico e social, porém veio a dúvida: Como julgar a sustentabilidade? E esse é o, ainda desafiador, termo subjetivo. Você agora deve se perguntar, “Por que subjetivo?”.


O termo sustentável, assim como o ecológico, e outros termos que sugerem a “salvação do planeta” agregam valor às mercadorias, e por isso a febre do nome em embalagens de produtos de vários seguimentos. Mas já parou para pensar como essa classificação é feita? As grandes corporações se baseiam em quê para se autodenominarem assim? Muitas pessoas não pensaram nisso ainda, porém os grandes interessados (stakeholders) não param as especulações desde o surgimento da ideologia sustentável, e hoje já existem ferramentas de análises para classificação dos países e de mercadorias. Mas até hoje não se entrou em consenso sobre uma classificação padrão, aceita mundialmente, e por isso o termo ser subjetivo.


Para entender melhor vamos usar como exemplo o EPI – Environmental Performance Index, Índice de Desempenho Ambiental. O EPI é uma ferramenta de avaliação do desenvolvimento sustentável, a qual os europeus utilizam para quantificar o que é qualitativo, em outras palavras, colocar em números e estatísticas as características dos países analisados. Sua última publicação foi em 2014, e assim como o EPI, há o que a FAO desenvolveu (SAFA – Sustainability Assessment of Food and Agriculture Systems, Avaliação da Sustentabilidade dos Sistemas Alimentares e Agrícolas) e mais outras importantes e reconhecidas ferramentas.


De maneira geral, essas avaliações são divididas em setores. O EPI tem nove setores, desses, quatro se destacam para a Engenharia Agrícola e Ambiental: Água e Saneamento - 50,44%, Recursos Hídricos - 10,87%, Agricultura - 74,51%, Biodiversidade e Habitat - 66,74%. Esses índices deram ao Brasil no ano de 2014 o 77º lugar no ranking mundial, numa lista de 178 países. Cada um desses setores tem uma checklist com muitos critérios a serem preenchidos, seguindo um rigoroso padrão, e através de comparações atingem-se os índices.


Vamos retomar agora à pergunta inicial: Você é sustentável?


Sabemos que é impossível atingir uma sustentabilidade perfeita, com todos os índices atingindo seu máximo e todos os critérios sendo preenchidos sem dúvidas, portanto talvez a pergunta não esteja bem formulada, talvez a pergunta pertinente seja: O que você faz hoje para que as gerações futuras tenham suas necessidades garantidas? Qual sua colaboração para um futuro tranquilo para seus descendentes?


A resposta para essa pergunta não requer nem estatísticas, nem índices, te requer apenas atitude! E então fica a máxima: “Se não puder fazer tudo, faça tudo o que puder” (Fundação para uma Vida Melhor).



Referências:


Environmetal Performance Index – Site Oficial: epi.yale.edu




Neta de sul mato grossenses, filha de paulistas, mas com coração bem mineiro. Gosto de assistir filmes e séries e ouvir música. Graduanda em Engenharia Agrícola e Ambiental na UFV, participei da empresa júnior quando era caloura, fiz um intercâmbio durante um ano na Holanda, estagiei sobre sustentabilidade em um projeto com europeus no Departamento de Economia Rural e depois, ainda no mesmo tema, na EPAMIG. E já tive algumas experiências de estágios no MS e MT. Nos últimos meses de 2015 fui estagiária voluntária na área de irrigação de Departamento de Engenharia Agrícola.

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